Um terrível câncer

“A crise intelectual faz dos evangélicos imitadores culturais. Em vez de serem originadores, passam à adaptar a igreja o que encontram no mundo. Perdem a mente cristã e passam a adaptar a musica, gostos, valores e idéias ao padrão, ao nomos* do “povo”.”  (AMORESE Rubem – ICABODE Da mente de Cristo à Consciência Moderna – Viçosa : Ultimato, 1998 pág. 130).

 Quando Rubem Amorese escreveu seu livro e o publicou em 1998 o assunto por ele tratado deve ter “arrancado os cabelos” de muita gente. Passados quatorze anos, podemos constatar, abismados, que tudo se intensificou.

A música agora não é mais para adorar a Deus, o Rei do Universo! É para emocionar os crentes que participam do “culto show”. No momento certo, na altura e tom certo, isso sim “dá certo”! Palavra de arrependimento? Palavra de confissão de pecados? Palavra que faça o crente olhar para dentro de si e analisar seu comportamento e se arrepender de seus pecados? Palavra que gere mudança de vida? Nem pensar! Só vitória, vitória e mais vitória! O que importa é encher os bancos da igreja com gente feliz!

Um terrível câncer está acabando com a igreja-instituição. Sim, porque a verdadeira Igreja de Cristo, como organismo, nunca morrerá. Mas a igreja-instituição-denominação está na UTI faz tempo. Amo a Jesus acima de tudo isso.

Aliás, o que o Evangelho diz disso tudo? “Quem quiser ser o maior, seja aquele que serve”. João Batista já dizia: “Importa que Ele cresça e que eu diminua” – João 3.30. Nada mais longe do que pensam a maioria dos crentes de hoje. No Reino de Deus o “maior” é sempre aquele que serve aos outros. Lc 9.46-48; Mt 18.1-3; Mc 9.33-37.

“Considerai os outros superiores a si mesmo”. Fp. 2.3

Você pode esta se perguntando: “Por que ele ainda esta na “igreja” e frequenta os cultos”? Eis a minha resposta: Eu não conseguirei mudar o sistema das “igrejas”, mais acredito que posso fazer a diferença na vida das pessoas. O sistema para mim, não importa mais, o que importa são as pessoas.

Pense, reflita. Pensar não dói.

*Os Nomos são as divisões administrativas do Antigo Egito.